O Movimento Antropófago (ou Manifesto Antropofágico) foi um
Manifesto Literário escrito por Oswald de
Andrade, principal agitador cultural do início do Modernismo brasileiro, o qual fundamentou
a Antropofagia. Lido em 1928 para seus amigos na casa de Mário de Andrade, foi publicado na Revista de Antropofagia, a qual Oswald
ajudou a fundar com Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado.
Redigido em prosa poética à moda de Uma Estação no Inferno de Rimbaud,
o Manifesto Antropófago possui um teor mais político que o anterior manifesto
de Oswald, o da Poesia Pau-Brasil, que
pregava a criação de uma poesia brasileira de exportação. Esteticamente, o segundo
manifesto de Oswald, basicamente, reafirma os valores daquele, apregoando o uso
de uma "língua literária" "não catequizada".
Ideologicamente, se
alinha ainda com aquele, porém busca uma maior explicitação da aproximação de
suas idéias com as de Breton (e, portanto, Marx, Freud e Rosseau).
Apregoando ainda o primitivismo da geração do Modernismo Brasileiro de
1922, aprofundando a consciência daquele primeiro modernismo, Oswald afirma no
seu manifesto que "só a antropofagia nos une", propondo
"deglutir" o legado cultural europeu e "digeri-lo" sob a
forma de uma arte tipicamente brasileira.
Na idade madura,
Oswald buscou fundamentação filosófica para as teorias expostas no manifesto da
Antropofagia, ligando-a a Nietzsche, Engels,
Bachofen, Briffault e a outros autores, tendo escrito mesmo teses a respeito do
assunto, como em Decadência da
Filosofia Messiânica, incluído em A
Utopia Antropofágica e outras
utopias, lançado, como toda sua obra, pela editora Globo a partir dos anos de
1980.
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